24/07/2009

O Poder da Crise!

A Crise. Essa entidade suprema, magnífica, de poderes inimagináveis, que sem rodeios e pudor se nos senta no colo e pede a alto e bom som: Cuida de mim para eu crescer e ficar muito grande e forte! - tal como um filho carinhosamente pede a uma mãe.

E nós cuidamos. Todos os dias. Ligamos a televisão e prontamente entra nos nossos pensamentos. Na rádio, ouvimo-la sem cerimómias. No café, está na boca de todos e todos a trazem consigo.

Ser-vos-á com certeza familiar, por experiência própria ou de conhecidos vossos, o quão difícil é "tirar" da nossa vida aquelas pessoas que a toda a força se querem impor na nossa casa, nas nossas rotinas, nas nossas amizades sem, em momento algum, as termos convidado ou incentivado para tal! E apesar de não terem qualquer direito, legal ou outro, de o fazer, temos o cuidado e gentileza de não querer ser indelicados, mal-educados e certamente de não querer que aquela pessoa se sinta rejeitada.

Neste processo de sermos socialmente correctos, e com a melhor das intenções, na prática o que acontece é que abdicamos do nosso poder e empoderamos o outro (ou outros).

E o mesmo se passa com essa "Senhora Crise"; porque não queremos contrariar o que ouvimos nas notícias, porque não queremos ir contra a corrente e dizer no café, a alto e bom som "Mas nós somos capazes de vencer a crise!... porque não queremos que a "Senhora Crise" se sinta rejeitada, baixamos os braços, olhamos para o chão e acreditamos que não temos o poder de construir, desenvolver, ver novos caminhos, vislumbrar novas soluções. Não acreditamos no nosso poder. No nosso poder individual e no poder colectivo. E não vemos que esta é uma oportunidade de crescimento, de evolução, de construção de algo melhor.


Se olharmos para a morfologia do termo crise, podemos ler que crise tem o mesmo sentido da palavra vento. Indica um estágio de alternância, no qual uma vez transcorrido diferencia-se do que costumava ser. O que não é necessariamente mau...

Se os nossos antepassados, os Descobridores, acreditassem piamente nisso, não teríamos descoberto metade do mundo!

Se Gandhi e os seus seguidores acreditassem nisso, a India hoje ainda seria uma colónia inglesa.

Se Walt Disney acreditasse nisso, não existiria Rato Mickey e a sua máquina de construir sonhos chamada Disney.

E com Walt Disney vos deixo, porque sem ele não existiria o Mickey, e porque o seu percurso de vida é um exemplo inspirador de como encarar adversidades e épocas de crise como novas oportunidades e caminhos em direcção ao sucesso:

"Aprendi e decidi... E assim, depois de muito esperar, num dia como outro qualquer, decidi triunfar... Decidi não esperar as oportunidades e sim, eu mesmo buscá-las. Decidi ver cada problema como uma oportunidade de encontrar uma solução. Decidi ver cada deserto como uma possibilidade de encontrar um oásis. Decidi ver cada noite como um mistério a resolver. Decidi ver cada dia como uma nova oportunidade de ser feliz. Naquele dia descobri que meu único rival não era mais que minhas próprias limitações e que enfrentá-las era a única e melhor forma de as superar. Naquele dia, descobri que eu não era o melhor e que talvez eu nunca tenha sido. Deixei de me importar com quem ganha ou perde, agora me importa simplesmente saber melhor o que fazer. Aprendi que o dificil nao é chegar lá em cima, e sim deixar de subir. Aprendi que o melhor triunfo que posso ter, é ter o direito de chamar a alguém de "Amigo". Descobri que o amor é mais que um simples estado de enamoramento, "o amor é uma filosofia de vida". Naquele dia, deixei de ser um reflexo dos meus escassos triunfos passados e passei a ser a minha própria ténue, luz deste presente. Aprendi que de nada serve ser luz se não vai iluminar o caminho dos demais. Naquele dia, decidi trocar tantas coisas... Naquele dia, aprendi que os sonhos são somente para fazer-se realidade. E desde aquele dia já não durmo para descansar... Agora simplesmente durmo para sonhar."

Walt Disney

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